quarta-feira, 9 de maio de 2012

Alunos do Liceu na "Era do Ferro"


Alunos do Liceu aprenderam e se encantaram com as maquetes
Na tarde de terça-feira (24/04), alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Liceu de Artes Mestre Raimundo Cardoso, no Paracuri, em Icoaraci, se reuniram curiosos para admirar pedaços da história de Belém transformados em miniaturas. A escola foi a primeira a ser beneficiada com o projeto “A Era de Ferro”, iniciativa do grupo RBA, com patrocínio da Vale e apoio do Museu da Universidade Federal do Pará (Mufpa). O objetivo do projeto é simples: despertar na população a consciência de que, a nossa volta, estão fragmentos da história da nossa cidade que merecem e devem ser preservados.
Através de maquetes, encartadas todas as quintas-feiras no DIÁRIO, construções históricas do final do século XIX e início do XX podem ser reconstruídas por qualquer um, basta ter à mão tesoura, cola e seguir as orientações. Prédios imponentes, como o Galpão da CDP (Companhia Docas do Pará) e o Teatro Gasômetro, que virá na edição de amanhã, são representados em maquetes que cabem na palma da mão. As maquetes-modelo foram pensadas e produzidas por alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo da Unama e da UFPA. Todas elas obedecem as proporções reais dos monumentos e preservam seus pequenos detalhes.
Para Paulo Souza, representante da Secretaria Municipal de Educação (Semec), a ideia de se apropriar do projeto visa garantir que os alunos conheçam a importância de manter preservados estes monumentos. “A educação patrimonial é importante porque muitas vezes as pessoas depredam, sujam estes monumentos porque não conhecem suas histórias. Através do projeto, nós conseguimos repassar informações e resgatar essa memória, assim mantemos o patrimônio da cidade preservado”, afirma. Outras nove escolas públicas também deverão ter um dia para conhecer o projeto.
Denilson Erik de Souza, 7 anos, estudante da segunda série, afirma que o monumento que mais gostou foi o relógio de ferro do Ver-o-Peso. “Eu nunca tinha visto antes, mas achei ele bonito”, afirma o garoto que se encantou com a bússola que ornamenta o topo da torre do relógio. Já Marcos Paulo Damasceno, 11 anos, da quarta série, gostou mesmo foi do mercado de carne, o mesmo prédio que Emily Nair Lobo, 9 anos, havia acabado de montar com as colegas da terceira série. “Eu gostei mais desse. Ele é todo lindo”,opina a estudante enquanto cola uma das laterais da pequena Estação Gasômetro. O Liceu de Artes foi a primeira escola a ser beneficiada com o projeto porque já desenvolve um trabalho contínuo de preservação da memória e resgate da identidade da comunidade do entorno, formada na maioria por famílias que ainda trabalham artesanalmente com cerâmica marajoara. Para Janice Shirley Souza, diretora da escola, o projeto é importante para que os alunos sintam que pertencem a uma realidade maior. “Os alunos precisam conhecer esses prédios porque eles estão inseridos no nosso espaço urbano e ajudam a compreender nossa história. Isso é fundamental para que eles também se sintam motivados a preservá-los”, diz a diretora.
As construções da Era do Ferro são retratos de uma Belém que crescia com o "boom" econômico da região motivado pelo comércio da borracha. Nessa época, conhecida como Belle Époque, a cidade foi remodelada de acordo com a Revolução Industrial, seguindo os padrões das modernizações ocorridas nas cidades europeias no século XIX. O ferro era o principal material utilizado. Nos moldes da Torre Eiffel, de Paris, muitas construções de Belém do mesmo período foram feitas a base de ferro, como o reservatório de água de São Brás.
Fonte: 
Postagem: Prof. José Carlos